Orlando Paes Filho é
um escritor brasileiro que decidiu escrever uma história – em vários livros – sobre
um universo muito diferente e distante: vikings,
cavaleiro templário, cavalaria medieval, cristandade, apocalipse, guerras,
sangue e por aí vai. Como diria Renato Teixeira, “quantas idas e vindas, meu
Deus, quantas voltas”, Paes Filho ainda não tem sua obra publicada como um
todo.
Tentarei explicar um
pouco sobre esse jogo de cadeiras, de publicação e não publicação, de 7 livros
para 3 livros. Mas confesso que achei muito confuso estabelecer uma linha exata
e concisa de publicações na minha pesquisa, devido a quantidade de títulos e
volumes das obras publicadas até a data de hoje. Além disso, fugindo desta
saga, mas seguindo este mesmo tema, o autor publicou muitos outros livros,
incluindo até um RPG em 2004. Mas vejamos...
Esta versão que tenho
comigo, que, aliás, não é minha, é do meu esposo – precisei deixar isso claro
para evitar brigas, uma vez que ele lê todas as minhas resenhas – é de 2003.
Nesta época, a história era prevista para acontecer em sete livros, dos quais
foram publicados apenas três: O Primeiro Guerreiro; As Cruzadas; e O Guerreiro
de Deus – pelo menos foram estes que consegui encontrar nos sites de venda com
os anos de publicação entre 2003 e 2004 –. Os demais não publicados seriam: A
Queda do Oeste; O Rei Perfeito; O Domínio de Lúcifer; A Última Cruzada. Ou
seja, a saga teve aí uma interrupção.
Anos se passaram e
muitas coisas mudaram, incluindo a alteração da ideia inicial de 7 livros para
3, transformando toda a saga do clã MacLachlan em uma trilogia. O primeiro
livro desta foi publicado no início de 2017, com uma novidade: agora o autor
fez uma trilha sonora para a obra. Então, além da história, das ilustrações a
óleo feitas por ele, o próprio autor também compôs uma trilha sonora para
acompanhar a leitura dos livros. Os livros da trilogia são: O Primeiro
Guerreiro (publicado em 2017); O Guerreiro de Deus (não sei se já foi
publicado); e As Cruzadas de 2020 (sem previsão para publicação).
Diante dessas
informações, cheguei à conclusão de que, mesmo que eu decida continuar a ler a
saga, terei que adquirir o “novo” primeiro livro da trilogia, o qual,
provavelmente, deve tratar-se de um compilado dos acontecimentos que seriam
narrados em mais de um livro. Tempo perdido em ler este aqui? Não. Mas tentarei
narrar a minha experiência intensa e conflitante da leitura.
Antes de qualquer
coisa eu preciso dizer que, até o momento, esta foi a resenha mais difícil de
fazer, a que me deu mais trabalho, acreditem! Angus não é um livro tenso devido
à escrita e vocabulário, pelo contrário, pois esta é bem simples e enxuta – com
exceção de alguns nomes próprios que até hoje eu não tenho a menor ideia de
como se pronuncia –. Mas o que deixou minha leitura bem arrastada, foi a
combinação de uma grande quantidade de “aventuras”, narradas muito rapidamente,
com a não identificação com um personagem viking moderadamente bonzinho.
Parece impossível e um
tanto contraditório dizer que a grande quantidade de aventuras deixou a minha
leitura lenta e travada, uma vez que isso causa movimentação dos personagens na
história. Mas acredito que a repetição de muitas aventuras, sem a profundidade
que merecessem, com ataques e invasões praticamente não justificáveis, tenha
proporcionado a mim uma sensação de exagerada repetição: vikings invadem, matam, escravizam e partem para a próxima. Essa movimentação
contínua e idêntica monotonizou a minha leitura.
A história, na
realidade, não é de apenas um guerreiro, mas de um clã, MacLachlan,
predestinado a lutar contra as forças malignas, cujas ações culminarão no
surgimento do anticristo num contexto apocalíptico. Mas foquemos apenas nesta
minha edição e volume.
O prólogo do livro
relata uma visão – revelação – presenciada por monges no meio de uma floresta.
Ali, algumas cenas de premonições são narradas. Acredito que ao longo de toda a
história, estas visões sejam explicadas e façam mais sentido. Após este
momento, o livro começa a ser narrado em primeira pessoa por uma bela mulher,
Briggit, a qual tem a ilha em que habitava invadida por vikings. O chefe deles, Seawulf – altão, loirão, bravão – elege
Briggit como mulher e com ela tem um filho: Angus.
Assim que Angus
torna-se um jovem adulto, sai com Seawulf, sei pai, para uma dezena de invasões
e guerras, a fim de que os vikings conquistassem mais e mais terras, deixando
Briggit e sua vida pacata até ali completamente para trás. Neste momento, há
uma passagem de tempo, e Briggit narra o seu reencontro com o filho após longos
anos, e Angus dá início à narrativa que, de fato, consiste no aglomerado de
grandes aventuras, guerras, sangue, traições e superações.
A verdade é que eu
esperava mais do livro, sinceramente. Eu fui com muita sede ao pote, e com
isso, passei boa parte do livro sendo muito exigente com o personagem
principal, pelo qual eu peguei certo gosto nas passagens finais do livro.
Realmente, foi bem no “finalzinho” que consegui sentir, devido a alguns
acontecimentos, certa sede de leitura, senti ali uma movimentação verdadeira e
que me surpreendeu, mas não posso entrar em detalhes porque entregaria uma das
surpresas mais interessantes do livro.
Acontece, meus
queridos, que este livro simplesmente foi um dos mais vendidos por muitos e
muitos meses aqui no Brasil em 2003, época desta minha edição. E se não
bastasse, esteve na lista dos mais vendidos em mais de trinta (30) – TRINTA –
países, entre eles China, Rússia e Austrália. Além disso, Hollywood chegou a
cotar tal história para produção de um filme, que acabou não acontecendo.
Entretanto, o autor, em entrevista recente a um programa de televisão, afirmou
que vai tentar novamente a realização de mais esta etapa.
E de fato o autor se
dedicou MUITO para produzir esta obra. Nota-se de cara a sua dedicada pesquisa
histórica e o afinco com que buscou representar os acontecimentos por meio de
mapas, linha cronológica, iconografia e por aí vai. Parabéns a ele,
sinceramente. Aplaudo mesmo!
Aplaudo mas lhe mando –
com carinho – um recadinho: eu só irei adquirir os livros da trilogia depois de
vê-los – todos, sem exceção – devidamente publicados!
Até
a próxima!
Carolina Pires
Carolina Pires
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